quarta-feira, 12 de agosto de 2009


O Poema do ócio

Não quero trabalhar
Quero rimar versos
Versando prosas
Rimando ao luar

Não quero bater o cartão
Nem ter patrão
Não quero ter horário
Para nada
Só para escrever

Sobre a vida
Sobre a morena
Sobre a cantiga

Nada de ônibus lotado
Nada de hora do rush
Nada de engarrafamento
Vida sem sofrimento

Quero seresta ao luar
Quero viajar
Quero passear
Quero navegar

Minha profissão é ser poeta
Cultivando a ociosidade da vida
Vendo o tempo passar
Vendo a chuva cair
Vendo a neve cessar
Vendo o outro se matar
De tanto trabalhar

Sem menosprezo a ninguém
A nenhum trabalhador
Pois eu sei como é a dor
De quem se mata de suor
Pois o poeta trabalha só

Com a conexão da alma
Interligada com Deus

Quero labutar versando
Versos de solidão
Sem pranto
Sem suor
Sem terror
Trabalhar é um horror

Bruno Bellei

Nenhum comentário:

Postar um comentário